Consultores e consultoras locais do projeto da IlhaMuseu
21 de novembro de 2024
Para cumprir o compromisso de buscar a maior representação territorial possível, foram contratados oito (08) consultores naturais dos municípios de Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba, representantes das comunidades tradicionais do Litoral Norte de São Paulo — indígenas, quilombolas e caiçaras. Com a participação desses consultores, espera-se estimular o protagonismo dessas comunidades na concepção e produção de conteúdos para a exposição de longa duração da IlhaMuseu.
Os consultores estão atuando na mobilização e na organização do Ciclo de Oficinas Território–Patrimônio–Comunidade do Litoral Norte e no trabalho de identificação e registro dos “acervos vivos” das comunidades tradicionais. As conversas já começaram nos territórios, e seguem durante todo o mês de agosto de 2024.
Além dos consultores que atuarão como articuladores nos territórios das comunidades tradicionais, a UNESCO também contratou uma consultoria especializada para identificar os detentores dos seguintes bens imateriais tradicionais do Litoral Norte de São Paulo: o Fandango, a Folia do Divino Espírito Santo, a Dança de São Gonçalo e a Congada.
Convidamos cada um dos consultores e consultoras a apresentarem-se:
Aline Gonçalves de Souza, coordenadora de turismo de base comunitária
“Sou caiçara da Praia de Castelhanos, sou uma das coordenadoras do turismo de base comunitária. Estou muito feliz em fazer parte da consultoria do projeto da IlhaMuseu e contribuir com o nosso olhar e como a gente quer ser visto nesse trabalho tão importante.”
Ana Carolina Santana Barbosa, educadora popular
“Sou de Ubatumirim, sou caiçara. Sou vice-presidente do Museu Caiçara de Ubatuba, também sou militante do Fórum de Comunidades Tradicionais, que é movimento social que integra indígenas, caiçaras e quilombolas. E agora, com esta chegança da IlhaMuseu ao território, espero poder contribuir com esse modelo que está sendo criado aqui. Espero contribuir fazendo boas propostas para o território, integrando as comunidades desse Litoral Norte, desde Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela. Quero poder somar no projeto.”
Halsey Madeira, pescador artesanal, fotógrafo
“Sou caiçara do bairro de São Francisco, em São Sebastião. Tenho a grande expectativa de poder contribuir com a IlhaMuseu trazendo a cultura do meu bairro, do meu povo caiçara, a culinária, a crença. Tornar público e notório que o povo caiçara vive e sobrevive graças à sua fé, força e tradição.”
Jairo Eduardo Araujo dos Santos, fandangueiro
“Sou caiçara, morador do sertão de Ubatumirim, sou fandangueiro, sou agricultor e canoeiro também. Tenho uma canoa no ranchinho da praia. Estou muito feliz em participar do projeto da IlhaMuseu e estou bastante otimista com
ele. Que ele não seja só mais um museu, mas uma ferramenta de luta para as comunidades tradicionais, que garanta o saber e o fazer dessas pessoas dentro do território.”
Leonardo Edileno Weratupã, graduando de licenciatura intercultural
“Sou do povo Guarani Mbya, sou graduando em licenciatura intercultural pela UNIFESP. Eu espero contribuir com a IlhaMuseu, trazendo o que meu povo pensa e o que meu povo gostaria de mostrar.”
Mário Benites, reside na Aldeia Indígena Boa Vista Tekoa Jaexaa Porã. Professor indigena, Presidente da associação indígena “tembiguai” e conselheiro de saúde indígena da aldeia.
“Sou da aldeia Boa Vista, em Ubatuba e também consultor da IlhaMuseu. Eu espero muito que a IlhaMuseu possa trazer conhecimento e mostrar para o mundo que nós, indígenas, temos cultura viva. Para que possam cada vez mais os não indígenas sobre esses saberes e também levar para os universitários e os estudantes não indígenas. Eu espero dessa parte, de trazer conhecimento e mostrar nossa cultura e tradição. Somos de uma cultura viva!”
Ramon Soares, documentarista
“Sou morador do quilombo da Caçandoca, sou formado em jornalismo e trabalho com edição de vídeos e documentários. Meu intuito, ao participar do projeto da IlhaMuseu e de estar acompanhando isso, é proporcionar a vivência de dentro da minha comunidade para o Museu e eu acredito que isso vai trazer muito retorno, não só para gente como para o próprio projeto.”
Roberto Ferrero, artesão e pescador artesanal
“Sou caiçara da Enseada de Ubatuba. Sou pescador artesanal e artesão. Vivo de fazer instrumentos como viola, rabeca, instrumentos para o fandango caiçara. A minha expectativa junto ao projeto IlhaMuseu é ter um local onde o povo caiçara possa ser fielmente representado e uma vitrine para nossa cultura, onde nós mesmo possamos ser os protagonistas de nossa história.”
Tais Rafaela da Silva, educadora
“Sou quilombola, do quilombo da Caçandoca, em Ubatuba. Atualmente moro em Caraguatatuba. Trabalho como educadora de base comunitária pelo projeto Redes. Atualmente a gente atende às comunidades quilombolas, caiçaras e indígenas da região do Litoral Norte. Vou trabalhar como consultora assistente das comunidades quilombolas na IlhaMuseu e pretendo agregar no projeto, trazendo a cultura quilombola bem forte, mostrando realmente que o Brasil é quilombola, que o litoral norte de São Paulo é quilombola.”