Ilhabela celebra a Rainha do Mar

17 de fevereiro de 2025

 

Com a primeira edição do Festival Afro de Ilhabela – Rainha do Mar, no último domingo, 2 de fevereiro, as comunidades tradicionais das religiões de matriz africana celebraram o Dia de Iemanjá, orixá considerada a Rainha do Mar, protetora da vida marinha. O evento reuniu representantes das diversas vertentes das religiões de matriz africana, para reafirmar o culto ao orixá mais popular do Brasil, assim como para fortalecer e afirmar a herança cultural e religiosa dos seus antepassados africanos.

Desde 2019, Ilhabela realiza a Festa de Iemanjá, mas neste ano, as comemorações do Dia de Iemanjá ganharam maior impulso, com a realização do Festival. A programação contou com os rituais de Àdúrà (Oração) e do Xirê (roda de dança e canto); com o cortejo e a entrega de oferendas na Praia do Perequê, além de show musical.

O culto à Iemanjá no Brasil

Na língua do povo Nagô — o iorubá — a expressão “YéYé Omo Ejá”, significa “mãe cujos filhos são peixes”. Nas festas em sua adoração, os rituais, cânticos e oferendas acontecem desde as primeiras horas do dia, reunindo praticantes das religiões de matriz africana e os seus simpatizantes, para lançar oferendas ao mar e expressar os seus pedidos e agradecimentos à essa divindade do panteão yorubá (formado por todos os orixás).

As festas em louvação à Iemanjá — a Grande Mãe, a deusa ancestral das águas —, arregimentam o maior número de devotos em todo o Brasil, sempre obedecendo às diversas características que o seu culto adquiriu nos diversos cantos do país. É um dia de celebrações e devoção à Rainha do Mar pelas religiões de matriz africana, mas também de luta contra o racismo religioso e de afirmação do seu direito ao culto.

 

Compromisso com o território de Iemanjá

Nos dias atuais, acontecem também manifestações pela preservação das águas e da vida marinha, com inúmeras casas religiosas de matriz africana a incentivar os seus praticantes e simpatizantes a incluírem apenas flores e objetos biodegradáveis em suas oferendas, como palha, papel e madeira. A IlhaMuseu une-se à iniciativa dessas comunidades para convocar todas as pessoas a respeitarem a Vida nas Águas, como assinala o 14o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da UNESCO. Manter vivo o território da Grande Mãe é o melhor presente para ela e para o nosso Planeta.

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