Processos participativos para implantação da IlhaMuseu

21 de novembro de 2024

Um processo participativo vem acontecendo desde 2023 para a criação da primeira IlhaMuseu do Brasil, através da construção de estratégias de aproximação e de estímulo à participação social no desenvolvimento do projeto.

O projeto IlhaMuseu traz na sua origem a valorização da cultura local e o fortalecimento das diferentes comunidades tradicionais, com o objetivo de proteger e promover as suas manifestações culturais, saberes tradicionais e suas práticas sustentáveis, historicamente desenvolvidas no Litoral Norte de São Paulo. 

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O primeiro passo foi dado nas Jornadas Participativas, realizadas entre junho e agosto de 2023, nas quatro cidades do litoral norte de São Paulo — Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba — com participação representativa das organizações sociais e culturais, lideranças das comunidades tradicionais da região — indígenas, quilombolas e caiçaras. Nas Jornadas, as comunidades compreenderam o que era o projeto e dialogaram com a equipe técnica, trazendo contribuições relevantes ao projeto, principalmente o arquitetônico que foi posteriormente ajustado com base nas propostas apresentadas, buscando uma maior adequação à  paisagem natural da região e aos modos de vida locais. 

 

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Em agosto de 2024, deu-se início o Ciclo de Oficinas Território–Patrimônio–Comunidade do Litoral Norte, cujo objetivo é envolver as comunidades tradicionais da região na definição dos seus conteúdos e da sua expografia, musealizando memórias e culturas dessas comunidades e as suas relações com a biodiversidade do Litoral Norte de São Paulo. Para auxiliar a equipe curatorial na definição e consolidação dos conteúdos da exposição de longa duração e para atuar na organização e mobilização do Ciclo de Oficinas Território–Patrimônio–Comunidade do Litoral Norte, foram contratados nove (09) consultores oriundos das comunidades tradicionais dos municípios de Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba — indígenas, quilombolas e caiçaras. 

 

As 11 oficinas previstas nessas comunidades estão sendo realizadas. Já aconteceram as oficinas no Quilombo da Caçandoca e nas comunidades caiçaras de Ubatuba e de São Sebastião, que contaram até o momento com a participação de aproximadamente 100 pessoas. Após as oficinas, os consultores atuarão em campo, diretamente em suas comunidades, sob a coordenação da equipe curatorial, no trabalho de identificação e registros dos modos de vida, tradições, celebrações, espiritualidades, além das relações dessas comunidades com o meio ambiente do Litoral Norte de São Paulo, as quais estarão contidas no projeto expográfico da IlhaMuseu. 

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Outros avanços do projeto

 

Em termos de arquitetura, o levantamento topográfico georreferenciado, o diagnóstico das edificações atuais e o projeto arquitetônico básico foram concluídos e apresentados à sociedade civil e entregues pela UNESCO à Fundação Florestal, Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado de São Paulo. Estão em desenvolvimento agora os projetos complementares de engenharia, estruturas, acessibilidade, paisagismo, sustentabilidade, iluminação, hidrossanitário, elétrico, climatização e prevenção de incêndios. Está em processo licitatório a revitalização do costão rochoso da Ilha das Cabras, o que em breve dará início às obras da IlhaMuseu. 

O diagnóstico e mapeamento do patrimônio natural e cultural do Litoral Norte de São Paulo foi iniciado com um inventário abrangente dos ambientes terrestres e marinhos. As informações coletadas informarão a narrativa e o plano do museu. Em termos de património cultural, foram iniciadas pesquisas sobre patrimônio arqueológico e imaterial. A equipe do projeto mapeou tradições, costumes populares e saberes que compõem o patrimônio imaterial da região. 

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